sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Vida


   Olho para o teto, conto parte por parte do forro amarelado. As aranhas pequenas e ágeis passam correndo, tecendo, trabalhando, cada uma carregando suas responsabilidades.
  Olho para a rua, sinto o asfalto esfriando, após um dia inteiro de sol escaldante. As pessoas passam, algumas grandes, outras pequenas, andando, correndo, falando, sorrindo, sofrendo, chorando, amando, vivendo... morrendo.
  Olho para o mar, vejo suas águas indo e vindo, ouço seu murmuro, vejo sua calma e sua fúria ao quebrar de suas ondas à beira do cais. Os barcos balançando, a brisa úmida e cheirosa acaricia meu rosto.
   Olho para o espelho, vejo um ser sério, mudo e apático, vejo um brilho embaçado no fundo dos olhos refletidos, e por alguns segundos adentro na alma e vejo suas inquietações, seus desamores, suas angustias.
   Olho para o céu, não vejo nada, mas sei que lá existe algo que mesmo não podendo ser visto, existe. Existe e é superior a tudo, às aranhas que percorrem o teto, às pessoas que andam na rua, ao mar com sua imensidão, à minha imagem refletida no espelho e até mesmo ao próprio céu lindo e infinito.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

As Músicas e Eu

Como de costume, as músicas tem o dom de descrever tudo que eu venho a sentir...
Para cada momento de minha vida existe uma ou varias músicas que facilmente encaixam-se perfeitamente ao momento!
Hoje inúmeras poderiam se encaixar ao que vem me atormentando e com seus trechos tentarei aqui descrever...

"Sempre precisei de um pouco de atenção, mas acho que não sei quem sou só sei do que não gosto"
"E eu fiz de tudo pra você perceber, que era eu..."
"Não me diga: eu te disse, isso não vai resolver" 
"Quero ter alguém com quem conversar alguém que depois não use o que eu disse contra mim..."
"Eu fui sincero como não se pode ser... "
"Nunca mais vou me ferir, é que eu já me acostumei, com a estrada errada que eu segui, com a minha própria lei"
"O tempo corre contra mim, sempre foi assim e sempre vai ser..."


(Teatro dos vampiros - Legião Urbana)
(A flor - Los Hermanos)
(Brinquedo torto - Pitty)
(Andrea dorea - Legião Urbana)
(Refrão de bolero - Engenheiros do Havaí) 
(Andrea dorea - Legião Urbana)
(Um minuto para o fim do mundo - CPM 22)

A flor - Los hermanos


Escutando milhões de vezes!

Je T'aimais, Je T'aime Et Je T'aimerai - Francis Cabrel




Aquela flor

Tão perto e ao mesmo tempo tão longe...
Brinca, briga, entende e desentende.

As vezes tão parecida comigo.

Algumas flores são só carinhos...
outras possuem espinhos...
mas todas com sua pureza...

Como eu queria ter aquela flor para cheirar, tocar, pétala por pétala, sentindo sua doçura, sua calma...
Sentindo a cada toque uma nova sensação...
Sentindo a cada toque uma nova emoção...
Sentindo a cada toque o carinho que só aquela flor, quieta e muda pode me proporcionar.

Talvez a minha flor sinta-se ofendida, já que eu, ser rude e inquieto teimo em sentir medo, medo de deixar Suas pétalas se desfazerem, medo de que seu cheiro espalhe-se ao vento e me deixe apenas com sua Lembrança...

Encontro-me olhando pela janela, o vento sopra meus cabelos, o vento passa, o sol cai, o mundo gira, a Vida se desfaz, e aquela flor permanece em minha alma, mesmo nunca  tendo feito parte dela...
Aquele cheiro permanece em minha mente, mesmo tão poucas vezes tendo sentido tal aroma...
E aquela macies das pétalas em meus dedos continuam... 

E a vontade de cuidar, de amar, adorar e ter aquela flor para mim não sessa, não se desfaz, não some, não Me deixa... 
Por mas que sua felicidade esteja naquele jardim, por mais que seu lugar seja entre os Cravos, Bromélias,  Jacintos e Violetas...
Por mais que seu alimento seja o sol, a terra, a lua e o vento...
Por mais que doa ver que em meu jarro em pouco tempo murcharias... 
A vontade de cuidar, de amar, adorar e ter aquela flor para mim não sessa...


Flávia Costa